Parabéns pra você! 18 de abril é dia de comemorar o aniversário de Antonio Fagundes que completa 73 anos e o Nati na TV destaca alguns papéis marcantes da carreira do ator que foi um dos grandes galãs da teledramaturgia.
Antonio Fagundes nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1949. Aos 8 anos se mudou com a família para São Paulo e ainda garoto fez a peça 'A Ceia dos Cardeais', no colégio onde estudava.
Esse primeiro contato com o teatro lhe rendeu uma boa experiência e a partir disso, Fagundes montou um grupo de teatro com os colegas de escola. Em 1966 ganhou seu primeiro prêmio no IV Festival de Teatro Amador, com 'Atlantic’s Queen', de Eugene O’Neil. No mesmo ano, entrou para o elenco do Teatro Arena de São Paulo, onde trabalhou com Paulo José, Gianfrancesco Guarnieri, entre outros, participando de algumas montagens históricas.
O ator participou de outras companhias de teatro que fizeram história, montou seu próprio grupo chamado Companhia Estável de Repertório e chegou a escrever peças 'Pelo Telefone' (1980) e 'Sete Minutos' (2002), além de interpretar clássicos de William Shakespeare e Tennessee Williams. No entanto, desde os tempos de Arena, Fagundes desejava trabalhar na TV.
Os colegas de teatro tinham certo preconceito com a ideia, mas Fagundes enfrentou tudo isso e foi tentar a sorte na TV Cultura, onde fez algumas participações em teleteatros. Na Tupi atuou em alguns capítulos de 'Antônio Maria' (1968) e chegou a ser convidado para a 'Bel-Ami', onde foi Cadu. Participou da primeira versão de 'Mulheres de Areia' (1972) de Ivani Ribeiro e viveu o seu primeiro protagonista, Julião Petruchio em 'O Machão' também da autora, inspirado na peça de Shakespeare, A Megera Domada.
Chegada na Globo
Em 1976, teve o seu primeiro trabalho na Globo na novela 'Saramandaia', de Dias Gomes, onde interpretou Lua Viana. Em 1977 atuou em 'Nina' de Walter George Durst, deu vida ao italiano Bruno, papel que lhe rendeu o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Ator.
1978 foi a vez de dar vida ao mocinho Cacá em 'Dancin’ Days'. Essa foi a primeira das seis novelas de Gilberto Braga em que Antonio Fagundes trabalhou. A novela marcou também a primeira novela das 20h que o ator protagonizou, pois antes disso, só havia trabalhado em novelas das 22h. O sucesso em 'Dancin’ Days' foi tão grande que alçou Fagundes ao posto de galã nacional.
Carga Pesada
Ao falar de 'Carga Pesada', muitos podem pensar no seriado exibido entre 2003 e 2007, onde Antonio Fagundes foi Pedro, um dos protagonista ao lado do amigo Bino, vivido por Stênio Garcia. Essa versão foi a segunda versão da série.
A primeira, exibida em 1979, foi protagonizada pela dupla de atores, trabalho esse um dos mais marcantes de Fagundes na TV. Criada por Dias Gomes e Gianfrancesco Guarnieri, a série retrata a diversidade cultural e a vida nas estradas, mostrando as andanças dos amigos caminhoneiros.
Décadas com grandes sucessos e trabalhos com Gilberto Braga
Em 1981, foi o fotógrafo Edu na série 'Amizade Colorida,' um homem solteiro e perplexo diante da independência das mulheres. No ano seguinte, interpretou o seu primeiro vilão, Alex Torres Xavier, na minissérie 'Avenida Paulista'. Em 1983, foi João Maria em 'Champagne' de Cassiano Gabus Mendes.
Na década de 1980, Antonio Fagundes trabalhou em três novelas de Gilberto Braga: 'Louco Amor' (1983) onde foi Jorge Augusto, 'Corpo a Corpo' (1984) interpretou Osmar Pelegrine e 'Vale Tudo' (1988) o administrador de empresas Ivan Meireles, par romântico da batalhadora Raquel Accioli (Regina Duarte).
Em 1990, na novela 'Rainha Da Sucata' de Silvio de Abreu, foi o Caio Szimanski, um professor polonês, um personagem cômico, muito tímido que quando ficava nervoso, gaguejava.
No ano seguinte, em 1991, deu vida ao cirurgião plástico Felipe Barreto em 'O Dono do Mundo', um vilão sem escrúpulos. O próprio ator descreve o personagem como “o maior mau-caráter da história da TV”. Outro trabalho do mesmo ano, lembrado pelos jovens, é o seriado 'Mundo Da Lua', na TV Cultura, onde foi Rogério Silva, o pai do protagonista Lucas Silva e Silva.
Ainda na década de 1990, esteve presente no remake de 'A Viagem' (1994) na pele de Otávio Jordão, a grande paixão de Diná (Christiane Torloni), casal muito querido pelo público.
Fagundes trabalhou com Manoel Carlos em 'Por Amor' (1997) como Atílio, o charmoso arquiteto que foi muito disputado pela mulherada da novela.
Em 1998, voltou a trabalhar com Gilberto Braga na minissérie 'Labirinto' interpretando Ricardo Velasco.
Trabalhos com Benedito Ruy Barbosa
Em 1993, interpretou o coronel José Inocêncio, um dos papéis mais marcantes e importantes de sua carreira, na novela 'Renascer'. Esse trabalho lhe rendeu outro prêmio APCA de melhor ator.
Além de 'Renascer', Fagundes trabalhou em mais duas novelas: 'O Rei do Gado' (1996), interpretando dois personagens, Antônio e Bruno Mezenga. Em 'Terra Nostra' (1999) foi o fazendeiro Gumercindo. Em 'Esperança' (2002) foi Giuliano e em 2014 na segunda versão de 'Meu Pedacinho de Chão' interpretou Giácomo. Em 'Velho Chico' (2016) foi o Coronel Saruê.
Anos 2000
Trabalhou em duas novelas de Aguinaldo Silva: em 2001, viveu Bartolomeu e Félix Guerrero na novela 'Porto dos Milagres' e em 2007 Juvenal Antena em 'Duas Caras'.
Atuou na minissérie 'Mad Maria' (2005) e nas novelas 'Negócio da China' (2008) e 'Tempos Modernos' (2010).
Em 2011 voltou a trabalhar com Gilberto Braga, na novela 'Insensato Coração', interpretando o empresário Raul Brandão. No ano seguinte, trabalhou no remake de 'Gabriela' escrito por Walcyr Carrasco, no papel do Coronel Ramiro Bastos e em 2013, em 'Amor à Vida', novela do mesmo autor, interpretou César Khoury.
Seu último trabalho na Globo foi em 'Bom Sucesso' (2019) como Alberto Prado Monteiro, um homem apaixonado por livros e dono de uma editora.
Cinema e teatro
Antonio Fagundes também fez carreira no cinema, com mais de 40 longas-metragens, como 'Leila Diniz' (1987), 'Eternamente Pagu' (1988), 'Deus É Brasileiro' (2003), entre outros.
O teatro é a grande paixão do ator, desde os tempos de garoto. Algumas das peças mais importantes da carreira: 'Nostradamus' (1986), 'Fragmentos de um discurso amoroso' (1988) e 'Macbeth' (1992).
Antonio Fagundes consolidou uma carreira muito rica, com muitos personagens que marcaram o público e são lembrados com muito carinho. Abro espaço para um depoimento da autora deste texto, onde cito que minha mãe sempre me diz o quanto minha madrinha adorava o Fagundes e dizia que "o ator era lindíssimo, um pão mesmo". Ainda não tive a oportunidade de conhecer todos os trabalhos de Fagundes, mas independente disso, destaco que é sempre uma delícia vê-lo em cena e admirar todo o seu talento nas artes.