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SBT surpreende com minissérie “E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?” e aposta em drama familiar fora do público infantil

  • Foto do escritor: Natália  Rocha
    Natália Rocha
  • 14 de nov.
  • 3 min de leitura

Com elenco de ex-globais e uma história sensível sobre envelhecimento e cuidado, a produção marca uma mudança na dramaturgia do SBT, embora a falha na divulgação e na experiência de streaming.


O elenco da série E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?, exibida no SBT
Foto: Lourival Ribeiro/SBT

Quando se fala em dramaturgia do SBT, é quase automático lembrar das novelas infantis que marcaram época, como ‘Carrossel’ e ‘Chiquititas’. No entanto, em setembro de 2025, a emissora decidiu romper com esse padrão ao apresentar algo inesperado: a minissérie ‘E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?’, uma história sensível sobre envelhecimento, afeto e cuidado.


A produção, composta por cinco episódios, foi exibida entre  1º e 5 de setembro, às 17h45, e foi disponibilizada no streaming +SBT. Mesmo sem grande divulgação, a série tem um detalhe interessante quando se pensa no histórico da emissora — um drama familiar em vez de um conteúdo voltado ao público infantil.


Elenco de peso e enredo emocionante

Com um elenco repleto de ex-globais, a minissérie conta com Stella Miranda, Joaquim Lopes, Juliana Knust, Lidi Lisboa e Mariana Molina.


A história

A trama gira em torno de Dona Maria (Stella Miranda), uma mulher amorosa e cheia de vida, prestes a completar 70 anos. Quando começa a apresentar sinais de demência e sofre um acidente doméstico, seus três filhos — Beatriz (Mariana Molina), Marcela (Juliana Knust) e Nelson (Joaquim Lopes), precisam se revezar para cuidar da mãe.


O que começa como um acordo temporário se transforma em um processo de reconciliação familiar. Entre discussões, silêncios e gestos de carinho, os personagens revisitam suas próprias escolhas e enfrentam a difícil pergunta que dá nome à série: E agora, quem vai ficar com a mamãe?”


Mais do que um drama sobre envelhecimento, a minissérie fala sobre amor, empatia, liberdade e respeito — temas universais que emocionam o público.


Uma minissérie surpreendente

A aposta do SBT em um conteúdo mais adulto e reflexivo é, sem dúvida, algo que merece ser reconhecido. Acostumada a investir em tramas infantojuvenis, a emissora acertou ao mostrar que também pode produzir histórias com profundidade emocional e relevância social.


Embora não seja uma superprodução, “E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?” se destaca por abordar o cuidado com os idosos, um tema pouco explorado na TV aberta brasileira.


Mesmo com alguns furos de roteiro e limitações de orçamento, o resultado final é digno de reconhecimento. Com apenas cinco episódios, é perfeita para quem busca uma maratona leve, mas com conteúdo emocional e reflexivo.


Erros na divulgação e exibição

Apesar da qualidade da história, a estratégia de exibição e divulgação da série foi um dos pontos que deixou a desejar.


  • A minissérie foi exibida no fim da tarde, um horário em que boa parte do público-alvo está fora de casa ou está assistindo a concorrência.

  • A emissora não investiu em campanhas promocionais nas redes sociais e pouco divulgou nos intervalos de seus programas mais assistidos.


Essa falta de visibilidade fez com que muitos só descobrissem a existência da produção por meio de comentários em perfis de cultura e TV, como o @melodramaticos no Instagram, que destacou o conteúdo sobre a série.


O horário ideal

Uma sugestão que faria diferença seria a exibição no horário nobre, após as tradicionais novelas mexicanas do canal. Essa mudança poderia aumentar o alcance e o engajamento.


A experiência no +SBT

Outro ponto que merece ser analisado é a experiência em assistir no streaming +SBT, onde a minissérie ficou disponível após a exibição na TV.


Embora o acesso gratuito seja um atrativo, a plataforma ainda apresenta falhas técnicas e excesso de anúncios. No período em que assisti a produção, tive dificuldade para utilizar o streaming pelo navegador, além da grande quantidade de propagandas antes de cada episódio, o que prejudica a imersão.

“Para assistir a uma minissérie de cinco episódios já foi complicado... imagine uma produção mais longa.”

Ainda assim, é importante reconhecer o esforço do SBT em fortalecer seu streaming próprio, algo essencial na atual disputa entre plataformas nacionais e internacionais.


Uma tentativa que parecia ser promissora

E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?” mostra que o SBT poderia e deveria investir mais em novas linguagens dentro da dramaturgia. A minissérie foi uma grata surpresa, tanto pela sensibilidade da história quanto pela coragem de sair do lugar-comum.


Se a emissora conseguir melhorar a divulgação e aprimorar o streaming +SBT, poderia chamar atenção do público — aquele que busca entretenimento com emoção, empatia e qualidade.

© Copyright - Natália Rocha.

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