Na teledramaturgia, atores e atrizes vivem diferentes personagens que marcam não só a carreira, mas também o imaginário do público. Alguns, por alguma coincidência, têm a chance de viver personagens diferentes, mas com o mesmo nome. Isso é mais comum do que se imagina!
Regina Duarte, por exemplo, viveu por três vezes as famosas “Helenas” de Manoel Carlos: Helena Soares em ‘História de Amor’ (1995), Helena Vianna em ‘Por Amor’ (1997) e Helena Camargo em ‘Páginas da Vida’ (2006). A atriz não foi a única a ter três Helenas em sua vida.
A escolhida de hoje é Flávia Alessandra, que teve a sorte de viver três “Lívias”. A atriz viveu personagens com o nome Lívia em três novelas diferentes: ‘Meu Bem Querer’ (1998), ‘Porto dos Milagres’ (2001) e ‘O Beijo do Vampiro’ (2002).
Lívia Maciel - ‘Meu Bem Querer’ (1998)
A sua primeira Lívia foi na novela das sete ‘Meu Bem Querer’ de Ricardo Linhares em uma fracassada tentativa de transpor para o horário a famosa fórmula de novelas regionalistas que fez sucesso no horário das oito.
Flávia Alessandra interpretou Lívia Maciel, filha do pastor Bilac (Mauro Mendonça) e irmã/antagonista de Rebeca (Alessandra Negrini). Lívia é uma jovem voluntariosa, impulsiva, sensual, indomada e meio selvagem. Sempre foi muito decidida, independente e nunca se submeteu ao pai.
Sonhando em abandonar a vida que leva na pacata São Tomás de Trás como rendeira, ao frequentar os cultos da igreja do pai, conhece Antônio (Murilo Benício) uma chance de realizar o seu grande desejo, mesmo sabendo do romance do rapaz com sua irmã, ela o seduz e engravida dele. Antônio e Lívia se casam, vão morar na capital e ela acaba dando à luz ao filho Júnior.
A falta da mãe e a indiferença do pai fizeram que Lívia se sentisse rejeitada e agir da maneira que age.
Lívia Proença - ‘Porto dos Milagres’ (2001)
Três anos depois, a atriz viveu outra Lívia na novela ‘Porto dos Milagres’ (2001), a sua primeira protagonista no horário das oito. Novamente, Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares misturaram vários elementos de outros trabalhos: ‘Tieta’ (1989), ‘Pedra Sobre Pedra’ (1992), ‘Fera Ferida’ (1993), ‘A Indomada’ (1997) e ‘Meu Bem-Querer’ (1998) e o resultado é Porto dos Milagres.
Nesta novela, Flávia Alessandra era Lívia Proença, uma jovem carismática, decidida e independente que mora há anos no Rio de Janeiro, onde trabalha como web designer. Seu namoro com Alexandre Guerreiro (Leonardo Brício) vai bem, mesmo ele não sendo o homem da sua vida.
Foi criada pelos tios e sabe muito poucos dos pais. Tem uma relação um tanto conturbada com sua tia Augusta (Arlete Salles), diferente com sua outra tia Maria Leontina (Louise Cardoso) que lhe ensinou muitas lições de vida.
Um dia decide ir a Porto dos Milagres para informatizar a firma de Félix Guerreiro (Antonio Fagundes) e conhece o pescador Guma (Marcos Palmeira), por quem se apaixona perdidamente, paixão esta que muda o rumo de sua história.
Lívia Gonçalves - ‘O Beijo do Vampiro’ (2002)
Um ano depois, Flávia Alessandra deu vida a outra Lívia, desta vez no horário das sete na novela de Antônio Calmon ‘O Beijo do Vampiro’.
Lívia Gonçalves era uma mulher discreta e naturalmente elegante. Casa com Beto (Thiago Lacerda) e mãe de três filhos, é muito dedicada às crianças e apaixonada pelo marido, tanto que não se importa em ajudá-lo a realizar seus sonhos profissionais. Com a morte de Beto, Lívia se mostra uma pessoa de forte personalidade, trabalhadora, esforçada, generosa, solidária e muito firme diante de qualquer ameaça à sua família e a seus princípios. Ela enfrenta sua nova condição financeira, aceitando qualquer tipo de emprego e acumulando funções, algumas bem abaixo do seu status.
Em outra vida, Lívia foi a princesa Cecília, casada com o conde Rogério (Thiago Lacerda) e também despertou paixão no duque vampiresco Bóris (Tarcísio Meira). Na atualidade, após a morte de Beto, Lívia fica um bom tempo presa às lembranças do marido e demora a reagir às insistentes aproximações de Augusto (Marco Ricca), a quem só vê como um amigo.
Com o tempo, começa a demonstrar interesse por Rodrigo (Alexandre Borges), sem saber que, na verdade, ele é um disfarce do vampiro Bóris. No decorrer da novela, descobre-se que Zeca não é filho de Lívia e Beto, mas sim de Bóris com uma amante. Assim que nasceu, ainda na maternidade, Bóris trocou as crianças, colocando Zeca no lugar do verdadeiro filho de Lívia, Renato (Thiago Farias), deixado em um orfanato.
A famosa frase: “Um é pouco, dois é bom e três é demais” poderia se encaixar neste texto. E você, assistiu as três “Lívias” de Flávia Alessandra? Em qual papel a atriz mandou bem?